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A nobreza e os desafios da profissão de professor

A profissão de professor é uma das mais nobres e essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade. É através dela que conhecimentos são transmitidos, sonhos são alimentados e futuros são construídos. A beleza dessa profissão reside no poder transformador que o ensino tem sobre a vida dos alunos, e, por consequência, na sociedade como um todo. Cada aula, cada orientação, cada conversa, é uma semente plantada, que pode florescer em novas ideias, carreiras e realizações.


Eu, como advogada, vejo em trabalho feito, em cada sucesso alcançado por mim aos meus clientes, por exemplo, fortes lições de inúmeros professores, desde a professora do jardim de infância que me ensinou a colocar "luz" nas cores, até os mestres e doutores que falaram: "Karla, não é sobre você entender, é sobre fazer o juiz entender".


E, voltando novamente ao ensino infantil, o uso das mãos para cortar inúmeras cartolinhas, EVAs, ou ensinando a curvatura de cada letrinha a cada aluno vívido por aprender, e só aprendesse por repetição, vem também desafios invisíveis aos olhos da maioria.


As doenças ocupacionais que afetam os professores são um reflexo das condições extenuantes que muitos enfrentam no dia a dia.



A sobrecarga de trabalho, a pressão por resultados, o ambiente de sala de aula e as demandas administrativas podem levar a problemas de saúde sérios, como distúrbios na voz, estresse, ansiedade, depressão e até a síndrome de burnout. O que começa com uma vocação, muitas vezes, acaba se tornando um fardo para aqueles que dedicam a vida ao ensino.


As doenças ocupacionais entre os professores são bastante comuns devido à natureza intensa e repetitiva do trabalho, que envolve longas jornadas, contato direto com grandes grupos de pessoas e exigências emocionais constantes. Aqui estão algumas das doenças ocupacionais mais recorrentes nessa categoria profissional:


1. Problemas vocais

A voz é a principal ferramenta de trabalho do professor, e o uso excessivo ou inadequado pode levar a distúrbios vocais, como:

  • Nódulos vocais: pequenos calos que se formam nas cordas vocais devido ao uso excessivo da voz.

  • Laringite crônica: inflamação constante da laringe, muitas vezes causada pelo esforço vocal.

  • Disfonia: perda ou alteração na qualidade da voz, tornando difícil a comunicação.


2. Síndrome de Burnout

A síndrome de Burnout é um esgotamento físico e emocional causado pelo estresse crônico no trabalho. Em professores, é resultado da sobrecarga de responsabilidades, da pressão por resultados, da falta de valorização e da gestão de sala de aula com grandes números de alunos. Os principais sintomas incluem:

  • Cansaço extremo;

  • Falta de motivação;

  • Irritabilidade;

  • Despersonalização (distanciamento emocional do trabalho);

  • Sentimento de fracasso ou inutilidade.


As doenças ocupacionais entre os professores são bastante comuns devido à natureza intensa e repetitiva do trabalho, que envolve longas jornadas, contato direto com grandes grupos de pessoas e exigências emocionais constantes. Aqui estão algumas das doenças ocupacionais mais recorrentes nessa categoria profissional:


3. Transtornos de ansiedade e depressão

O ambiente escolar pode ser altamente estressante, e os professores estão constantemente expostos a situações que podem gerar ansiedade e, em casos mais graves, depressão. A cobrança, a pressão por resultados, a violência escolar e a falta de apoio emocional são fatores que contribuem para o desenvolvimento desses transtornos.


4. Distúrbios osteomusculares

Muitas vezes, os professores permanecem longos períodos em pé, sentados de forma inadequada ou carregando materiais pesados, o que pode causar problemas musculoesqueléticos, como:


  • Dores nas costas (lombalgias): causadas por postura inadequada ou esforço físico repetitivo.

  • Tendinites: inflamações dos tendões, comumente nos braços e ombros, devido à escrita repetitiva e à correção de provas.

  • Síndrome do túnel do carpo: inflamação de um nervo no punho, causada por movimentos repetitivos e esforço prolongado ao escrever ou digitar.





Esses problemas de saúde são o reflexo de um ambiente de trabalho que muitas vezes não oferece as condições ideais para que o professor exerça sua profissão de maneira saudável e sustentável. É fundamental que haja uma maior atenção por parte dos órgãos competentes para melhorar a saúde ocupacional desses profissionais, por meio de medidas preventivas, acompanhamento médico adequado e políticas de valorização e apoio psicológico.


O reconhecimento legal


A legislação trabalhista e previdenciária, como a NR-17 (Norma Regulamentadora 17) que trata da ergonomia, reconhece a relação entre certas atividades profissionais e o surgimento dessas doenças. Se comprovado que a condição de saúde foi causada ou agravada pelo ambiente de trabalho, ela pode ser enquadrada como doença ocupacional, garantindo ao trabalhador direitos como afastamento, tratamento médico, reabilitação profissional e, em casos mais graves, indenização ou aposentadoria por invalidez.


 
 
 

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